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Publico ensaio intitulado «Eu Jane, Tu Mário: Uma Mulher no Ecrã» na obra colectiva, organizada por José Bértolo, Fernando Guerreiro e Clara Rowland, Imitações da Vida: Cinema Clássico Americano – Ensaios para Mário Jorge Torres, edição BookBuilders, Janeiro de 2021. Disponível aqui. Quero agradecer aos organizadores, em especial ao José Bértolo, esta oportunidade e ao Mário Jorge Torres pelo seu exemplar amor ao cinema.

PG_Estudos Visuais_Cartaz_2018

Pós-graduação da Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa (FCSH/NOVA), com coordenação da Professora Margarida Medeiros, que tem início no mês de Fevereiro, tendo a duração de dois semestres.

Todas as informações aqui.

Irei leccionar a cadeira, do primeiro semestre, Ensaio Audiovisual – Teoria e Prática (10 ECTS).

A cadeira tem as seguintes características:

Objectivos

  1. Conhecer maneiras alternativas de análise e transmissão do conhecimento do cinema.
  2. Conhecer casos de estudo paradigmáticos da imbricação da crítica com a criação artística.
  3. Ser capaz de articular teoria, crítica e prática artísticas para a compreensão do cinema como fenómeno estético.
  4. Conhecer a história do cinema a partir do conceito de ensaio audiovisual.
  5. Entender as possibilidades estéticas e críticas do “fotofilme” para a problematização da relação entre o cinema e a fotografia.
  6. Ter a capacidade de produzir objectos, em texto ou/e em vídeo, que veiculem artisticamente uma ideia ou uma argumentação crítica/teórica sobre o cinema e o mundo.

Conteúdos Programáticos

Desenha-se, na presente cadeira, um percurso pela história do cinema, entre os filmes e os textos críticos (em papel, no digital, com imagens e/ou palavras). À luz da recente emergência do ensaio audiovisual digital, promove-se o questionamento do conceito do “ensaio como forma” (Adorno) ao longa da história do cinema, de Joseph Cornell a Ken Jacobs, de Peter Kubelka a Peter Tscherkassky, de Chris Marker a Jean-Luc Godard, de Mark Rappaport a Adrian Martin e Cristina Álvarez López. Atenção especial é dada às experimentações, entre o cinema e a fotografia, levadas a cabo pelo casal germano-húngaro Katja Pratschke e Gusztáv Hámos.

Viaja-se por entre as imagens destes cineastas que usam a crítica como ferramenta estética tal como por entre textos que propõem um “cinematismo” (Eisenstein) da palavra escrita, tendo-se como casos de estudo – lidos e relidos à luz do ensaio audiovisual enquanto modus crítico – os trabalhos de autores das escolas americana (Otis Ferguson, James Agee e Manny Farber) e francesa (Serge Daney, Louis Skorecki e Luc Moullet).

Bibliografia

Brenez, Nicole, «La Critique comme concept, exigence et praxis», La Furia Umana (edição online), número 17, Outubro 2013: http://www.lafuriaumana.it/index.php/29-archive/lfu-17/1-la-critique-comme-concept-exigence-et-praxis;
Douchet, Jean, L’art d’aimer, Paris, Cahiers du cinéma, 2003;
Godard, Jean-Luc, Introduction to a True History of Cinema and Television, Montreal, Caboose, 2014;
Lyon-Caen, Gilles (ed.), La critique de cinéma à la épreuve d’Internet, Lavérune, L’entretemps éditions, 2014;
Mendonça, Luís, «Para lá do problema da linguagem: Manny Farber e a escrita cinema como boa prática», in Rowland, Clara, e Bértolo, José (orgs.), A Escrita Cinema: Ensaios, Lisboa, Documenta, 2015;
Rosenbaum, Jonathan, Martin, Adrian, Movie Mutations: The Changing Face of World Cinephilia, Londres, British Film Institute, 2003;
Scott, A.O., Better Living Through Criticism, Londres, Jonathan Cape, 2016;
Tscherkassky, Peter, Film Unframed: A History of Austrian Avant-Garde Cinema, Viena, sixpackfilm, 2012.

Avaliação

A avaliação consta da participação dos alunos durante as aulas e da produção de ensaios, em vídeo ou em texto, que evidenciem a assimilação crítica dos pontos do programa.

Metodologia

As aulas oscilam entre um componente reflexivo e outro prático. Transmitem-se as ferramentas teóricas e os conhecimentos históricos necessários para a produção do trabalho final. Ao mesmo tempo, em tutoriais simples, e com vista a uma “crítica da imanência” (Benjamin), formam-se os alunos com vista à criação de uma gama alargada de objectos – ensaios escritos “cinemáticos”, que provenham da observação plano a plano de determinado(s) filme(s), ou ensaios audiovisuais digitais que nasçam de um exercício escrito.

Serei apenas um elemento numa equipa de luxo, que identifico abaixo.

Excerto da apresentação da pós-graduação (toda a informação aqui):

A Pós-graduação tem como objetivo promover o aprofundamento da área dos Estudos Visuais, ainda bastante residual no panorama académico português, focada na fotografia, no cinema e nas relações entre ambos.

O programa tem dois objetivos principais:

a) dar a conhecer os conceitos, enquadramentos teóricos e práticos e as ferramentas conceptuais essenciais dos Estudos Visuais;

b) fornecer uma formação especializada na área de confluência dos Estudos de Fotografia e dos Estudos de Cinema, nomeadamente no que diz respeito à relação entre os dois, à importância do documentário contemporâneo, do ensaio audiovisual como ferramenta crítica, do trabalho com arquivos de fotografia e cinema.

O objetivo deste curso é dotar os estudantes de ferramentas críticas e históricas sobre a paisagem visual, artística e não artística, no sentido da constituição de um pensamento crítico sobre as imagens, sobre o lugar central da Fotografia e do Cinema na cultura contemporânea, quer como manifestação artística (objetual) enquanto formas de mediação do entendimento do mundo.

No termo do curso, o estudante deverá:

a) conhecer os principais problemas que definem a área de Estudos Visuais;

b) conhecer aspetos fundamentais da história e teoria do cinema e da fotografia;

c) ser capaz de entender as principais transformações destes media ao longo dos séculos XX e XXI;

d) ser capazes de produzir juízos críticos e debater, no panorama contemporâneo das Artes Visuais, a pertinência da utilização privilegiada da fotografia e do cinema;

e) ser capaz de compreender a transversalidade e importância da fotografia e do cinema na experiência contemporânea do mundo.

f) ser capaz de redigir um ensaio sobre um conjunto de imagens, um filme, uma obra de arte visual, de forma coerente, assertiva e bem fundamentada, caso pretenda ser avaliado;

g) produzir, nas cadeiras especificamente vocacionadas para isso, um projeto audiovisual.

Corpo Docente

Catarina Alves Costa
Clara Rowland

Docentes Convidados

Catarina Mourão
Emília Tavares
Gabriel Abrantes
Leonardo Moura Mateus
Luís Guilherme Jordão Mendonça
Margarida Mendes
Miguel Valverde
Salomé Lamas
Sérgio Mah
Teresa Mendes Flores
Victor Manuel Guerra dos Reis

Saiba os critérios de selecção dos candidatos a esta pós-graduação aqui.

No dia 15 de Fevereiro tem início o ciclo Género e Identidade, uma organização do cluster de Fotografia e Cinema do Instituto de História da Arte com curadoria minha, do Bruno Marques, Mariana Marin Gaspar e Sabrina D. Marques, com exibição e discussão em torno de La academia de las musas de José Luis Guerín. As convidadas desta primeira sessão são Elisabete Marques (poeta e investigadora) e Clara Rowland (Professora na FCSH/NOVA).