Conferência, lançamento de livro e ciclo de cinema: “Hervé Guibert e Roland Barthes: escrita, fotografia, cinema e cultura queer”

Hervé Guibert e Roland Barthes: escrita, fotografia, cinema e cultura queer

2 e 3 de Outubro, na Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa (NOVA FCSH), na Livraria Linha de Sombra e na Cinemateca Portuguesa – Museu do Cinema

Organização: Amândio Reis (CEComp), José Bértolo (IELT) e Luís Mendonça (ICNOVA). A NOVA FCSH e a FLUL com a Cinemateca Portuguesa – Museu do Cinema, a Livraria Linha de Sombra e a BCF Editores.

Local da conferência: Auditório B1, Torre B, da NOVA FCSH (Campus da Avenida de Berna, 26-C).

Dias e horas: 2 e 3 de Outubro (segunda-feira e terça-feira), com mesas de manhã e à tarde (ver abaixo)

Breve apresentação:

Reflexão, no campo de estudos da fotografia e dentro do tema da espectralidade, da auto-ficção e da cultura queer, acerca dos universos de Hervé Guibert e de Roland Barthes, com o objectivo de actualizar e expandir o pensamento de um, Barthes, com a prática e o pensamento do outro, Guibert.

A conferência é de entrada livre.

Dia 2 de Outubro, segunda-feira

11:00-11:20 — Tiago Bartolomeu Costa – “Hervé Guibert, visões da plateia”

11:20-11:40 — Ana Gandum – “Intersecções especulares: Mauricio Lissovsky e o Ф da fotografia – uma releitura selvagem da Câmara Clara”

11:40-12:00 — Afonso Dias Ramos – “Barthes e Guibert, ou a fotografia como luto e desejo”

12:00-12:30 — Discussão

14:30-14:50 — Guillaume Bourgois – “Fragmentos de um discurso amoroso, dramma giocoso”

14:50-15:10 — Madalena Miranda – “Imagens e Fantasmas no Auto Retrato a partir de Hervé Guibert”

15:10-15:30 — Filippo Tomasi – “Tempo e história: os projetores da imagem foto-cinematográfica de Ted Victoria e Francisco Tropa”

15:30-16:00 — Discussão

18:00 — Lançamento de A Imagem Fantasma, com Amândio Reis e António Guerreiro, na Livraria Linha de Sombra, Cinemateca Portuguesa

19:00 — Exibição de La Pudeur ou l’impudeur, com apresentação de Brian Dillon*, na Cinemateca Portuguesa – Museu do Cinema, filme de abertura do ciclo Hervé Guibert e Roland Barthes: Os Fantasmas do Íntimo

Dia 3 de Outubro, terça-feira

11:00 –11:20 — Margarida Medeiros – a definir

11:20 –11:40 — Sandra Camacho — “A imagem da mãe perdida: fotografia e luto em Barthes, Calle e Gervassi”

11:40 – 12:00 — António Guerreiro — “Hervé Guibert e a geração SIDA”

12:00 – 12:30 — Discussão 

14:30 – 14:50 — Luís Mendonça — “Hervé Guibert and Roland Barthes and their m/others: the death of the author after photography”*

14:50 – 15:10 — José Bértolo — “Guibert photographer”* 

15:10 – 15:30 — Amândio Reis — “A photographic fantasy: Guibert and writing”*

15:30 – 16:00 — Discussão 

16:00 – 16:30 — Intervalo 

16:30 – 18:00 — Brian Dillon — “On Form and Affinity”*

*– as apresentações assinaladas irão decorrer em inglês e sem tradução.

Autoportrait à la chaise (1986) de Hervé Guibert

Notas biográficas

Afonso Dias Ramos é investigador no Instituto de História da Arte (NOVA FCSH/IN2PAST), Editor Associado da Revista de História da Arte, e Professor Auxiliar Convidado na NOVA FCSH. Foi Professor Auxiliar Convidado na Universidade de Coimbra, bolseiro pós-doutoral no Forum Transregionale Studien/Freie Universität Berlin, e Investigador Convidado no Museu Calouste Gulbenkian. Tem um doutoramento e um mestrado em História da Arte pelo University College London. Trabalhou no Centro de Arte Moderna Gulbenkian, e estudou na NOVA FCSH e Université Paris-Sorbonne (Paris IV). Entre outros trabalhos recentes, foi co-curador da exposição O Castelo Surrealista de Mário Cesariny no MAAT (2023), co-editor de Ernesto de Sousa 1921-2021: uma criação consciente de situações, uma situação consciente de criações (IHA, 2023); Photography in Portuguese Colonial Africa, 1860-1975 (Palgrave MacMillan, 2023); Activism: Documents of Contemporary Art (MIT Press, 2023); e editor de O Castelo Surrealista de Mário Cesariny (Documenta, 2023).

Amândio Reis é investigador de pós-doutoramento na Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa e professor auxiliar convidado na Faculdade de Ciências Sociais e Humanas (Universidade Nova de Lisboa). Fundou e dirige a Compendium: Revista de Estudos Comparatistas. Em 2022, publicou o livro Short Stories, Knowledge and the Supernatural: Machado de Assis, Henry James and Guy de Maupassant (Palgrave). Tem leccionado nas áreas de estudos literários, literatura comparada e literatura e cinema. Traduziu A Imagem Fantasma, de Hervé Guibert (BCF, 2023).

Ana Gandum é uma historiadora e artista visual, cujas áreas de pesquisa principais concernem a história das imagens fotográficas e a cultura material. O seu percurso curricular iniciou-se com uma licenciatura em História (Universidade NOVA de Lisboa), seguida de um Master 2 em “Histórias, Poderes, Saberes” (University Paris 8 – Saint-Denis), e um Doutoramento em Estudos Artísticos – Arte e Mediações (Universidade NOVA de Lisboa). Do currículo destaca a escrita de ensaios e textos académicos, a pesquisa em arquivo e reflexão sobre este conceito, a par de exposições com fotografias, objectos e publicações autorais sobre fotografia pessoal e de família. Trabalha desde 2022 na Direção Regional da Cultura da Madeira onde exerce funções de programação cultural. Foi docente em 2020 na Nova-FCSH e é atualmente docente na Universidade da Madeira.

António Guerreiro é cronista e crítico literário do jornal Público, editor da revista Electra (Fundação EDP) e docente convidado da Faculdade de Belas-Artes da Universidade de Lisboa. Além de colaboração dispersa em revistas, catálogos e livros coletivos, é autor de dois livros: O Acento Agudo do Presente (Cotovia, 2000) e O Demónio das Imagens: Sobre Aby Warburg (Língua Morta, 2018).

Brian Dillon é um escritor e crítico irlandês que mora em Londres. Os seus livros incluem Affinities (2023), Suppose a Sentence (2020), Essayism (2017, o único lançado no mercado nacional, pela editora Bazarov, em 2020, com o título Ensaísmo) e In the Dark Room (2005). Os seus escritos sobre arte, literatura e cultura apareceram no The Guardian, no The New York Times, na The New Yorker, na Artforum, na frieze e na London Review of Books. É professor de Escrita Criativa na Queen Mary University of London.

Filippo De Tomasi doutorou-se em Estudos Artísticos – Arte e Mediações na Faculdade de Ciências Sociais e Humanas, da Universidade NOVA de Lisboa – FCSH/UNL (Portugal), em 2022. É mestre em Artes Visuais na Alma Mater Studiorum – Universidade de Bologna (Itália), com especialização em história da arte contemporânea e teoria e prática de fotografia. Colaborou em projetos artísticos e tem publicado alguns artigos em revistas dedicadas à arte contemporânea. Nos últimos anos, tem lecionado como professor no ensino público, participado e apresentado comunicações em conferências nacionais e internacionais. É membro cofundador do grupo Observatório Estudos Visuais e Arqueologia dos Media do Instituto de Comunicação da FCSH/UNL. Ainda colabora em projetos curatoriais com o coletivo Da Luz Collective.

Guillaume Bourgois é professor de Estudos cinematográficos na universidade Grenoble-Alpes, e encontra-se em delegação CNRS junto do laboratório THALIM para o ano 2023/2024. Autor de uma tese intitulada Poétique de la divergence: le cinéma d’Oliveira à la lumière de Pessoa (et de Godard), trabalha principalmente sobre o cinema português, o cinema americano, os filmes de Godard e Herzog, e sobre o pensamento de Deleuze e Nietzsche. Publicou em 2013 um ensaio sobre O Estranho caso de Angélica e o livro de análise fílmica Dialoguer avec Ray, Godard, Visconti & friends. Está actualmente a preparar uma HDR, acompanhada pelo filósofo Peter Szendy, sobre o que Deleuze chama as “puissances du faux” cinematográficas. 

José Bértolo (PhD, 2019) é Professor Adjunto Convidado na ESAD-CR e investigador de pós-doutoramento no IELT, da FCSH-NOVA. É co-PI, com Clara Rowland, do projecto “GHOST — Espectralidade: Literatura e Artes (Portugal e Brasil)”, financiado pela FCT. É autor de diversos livros, entre os quais Espectros do Cinema: Manoel de Oliveira e João Pedro Rodrigues. Co-organizou volumes de ensaios e números de revistas científicas, nomeadamente, com David Campany, um número da Compendium: Journal of Comparative Studies dedicado às “Materialities of the Photobook”. É também fotógrafo: www.josebertolo.com.

Luís Mendonça doutorou-se em Ciências da Comunicação na Faculdade de Ciências Sociais e Humanas  da  Universidade  Nova  de  Lisboa  (NOVA  FCSH) com uma tese publicada em 2017 pela Edições  Colibri,  Fotografia  e  Cinema  Moderno:  Os  Cineastas Amadores do Pós-Guerra. Publicou recentemente Majestosa Imobilidade: Contributo para uma Teoria do Fotograma pela Edições 70. É  coeditor  do  site  À  Pala de  Walsh,  programador  na  Cinemateca  Portuguesa  –  Museu  do  Cinema  e  docente-precário na NOVA FCSH.

Madalena Miranda é cineasta e investigadora. Atualmente é professora auxiliar no IADE e colabora com a NOVA-FCSH. É investigadora integrada no ICNOVA e vice-coordenadora do grupo Cultura, Mediação e Artes. É doutorada em Media Digitais, Criação de Conteúdo Audiovisuais e Interativos, pela NOVA-FCSH. É licenciada em Ciências da Comunicação pela NOVA-FCSH, Cinema e Televisão e Mestre em Antropologia ISCTE-IUL. Os seus interesses de pesquisa englobam Teoria e Crítica dos Media Digitais, Cinema e Estudos Visuais e Ecomedia.

Margarida Medeiros é Professora no Departamento de Ciências da Comunicação da Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa e Investigadora no ICNOVA (Instituto de Comunicação da NOVA). É autora de vários livros e artigos sobre Fotografia numa perspectiva cultural e filosófica. Alguns dos títulos publicados são Fotografia e Narcisismo: O Auto-Retrato Contemporâneo (Assírio & Alvim, 2000), Fotografia e Verdade: Uma História de Fantasmas (Documenta, 2010), Animismo e outros ensaios (Documenta, 2023). Em 2016 organizou o livro Fotogramas: Ensaios sobre Fotografia (Documenta), que reúne ensaios sobre fotografia de diversos autores portugueses.

Sandra Camacho é doutorada em Estudos Comparatistas pela Faculdade de Letras, Universidade de Lisboa. Desenvolve o projeto pós-doutoral, Explorações Artísticas de Limitações Tecnológicas na Fotografia Portuguesa do séc. XXI, no ICNOVA, da FCSH — Universidade Nova de Lisboa. Tem como principais áreas de investigação o arquivo enquanto prática artística, arqueologia dos media, estudos interartes e intermedia.

Tiago Bartolomeu Costa é doutorando em Artes (FBAUL), curador e programador em artes performativas e cinema. Atualmente coordena o projeto FILMar, na Cinemateca Portuguesa — Museu do Cinema, e assina a exposição “Quem és tu? Um teatro nacional a olhar para o país”, para o Teatro Nacional D. Maria II. Assinou os livros Luís Miguel Cintra: O cego que atravessou montanhas (Orfeu Negro, 2016) e Tiago Guedes : Valse à six temps (Centre Pompidou-Metz, 2011), e coordenou a edição Cadernos do Rivoli, volumes 07 a 09 (Teatro Municipal do Porto, 2020-2022), e comissariou as exposições “Mais um Dia” (Teatro São Luiz, 2022), “Augusto Cabrita, o olha encantado” (Curtas de Vila do Conde, 2023) e “Geografias de Ficção” (Casa da Cultura de Seia, 2023).

Os comentários estão fechados.